Como tornar seu cartório acessível para o público geral

A acessibilidade é a ponte para o seu cartório atingir toda a sociedade

Um cartório deve ser acessível de diversas formas diferentes. Assim, os serviços prestados abrangem absolutamente todas as esferas da sociedade, atendendo diariamente pessoas de diferentes escolaridades, classes econômicas, faixa etária, etc.

Pensando nessa questão, o texto abaixo mostrará como adaptar e estruturar seu cartório para um atendimento acessível, imparcial, eficiente e cordial.

O que é acessibilidade?

Primeiramente, é preciso definir o que é acessibilidade. Segundo o dicionário Oxford:

  • Qualidade ou caráter do que é acessível. Facilidade na aproximação, no tratamento ou na aquisição.

O termo ganhou maior relevância a partir do movimento que busca a inclusão de pessoas portadoras de deficiência na sociedade, facilitando qualquer tipo de atividade para quem possui limitações.

Nesse sentido, a legislação é ampla, percorrendo desde o direito internacional (Convenção Internacional das Pessoas com Deficiência), até a lei 10.098, que estabelece diretrizes sobre a temática.

Assim, especificamente no ambiente cartorário, a questão é abordada até mesmo no PQTA, sendo um dos critérios de avaliação para considerar a excelência da comarca.

Mas o debate é ainda mais amplo. Dessa forma, a acessibilidade do seu cartório também abrange outros tipos de limitações? Por exemplo, apesar de em queda, a porcentagem de brasileiros analfabetos ainda é de 6,5% (segundo dados do PNAD) para pessoas com 15 anos ou mais. Isso representa mais 10 milhões de pessoas. Nesse caso, seu cartório consegue atender uma pessoa que não sabe ler? As instruções dadas são claras mesmo para alguém sem escolaridade? Isso também é acessibilidade. E para os cartórios, é algo de suma importância.

Cartório acessível para todos

Com um papel tão indispensável para a manutenção de uma sociedade em constante evolução, o cartório precisa ser uma ferramenta que equilibre desigualdades e auxilie aqueles que possuem dificuldade.

Com isso, algumas práticas podem ser de grande ajuda, conforme mostraremos nos tópicos abaixo.

Comunicação simples e eficaz

O primeiro ponto que pode diferenciar positivamente seu cartório é a comunicação. Assim, seguindo os critérios legais, é possível simplificar os atendimentos e tornar os procedimentos compreensíveis para qualquer pessoa.

Isso pode ser alcançado fazendo o seguinte:

  • Treinamento em equipe sobre empatia e comunicação não-violenta;
  • Uso das redes sociais para educar e instruir a população local (falamos sobre isso cartórios nesse artigo);
  • Ouvidoria para sugestões e reclamações dos clientes e colaboradores.

Acessibilidade para PCD

A acessibilidade para pessoas com deficiência é algo indispensável e deve estar na primeira linha de estratégias a serem adotadas pelo novo oficial.

Um bom guia para saber o que seu cartório precisa nessa esfera é o checklist do PQTA, mais especificamente o critério n°38. Basicamente, ele mostra que é preciso adaptar:

  • Balcões e cadeiras acessíveis;
  • Banheiros adaptados;
  • Rampa de acesso e espaço para circulação de cadeira de rodas;
  • Piso tátil, placas, tabelas e outras informações em braile;
  • Inclusão auditiva.
  • Outras mudanças.

Equipe plural e diversa

A acessibilidade também deve existir dentro do cartório, com uma equipe que inclua e acolha todo tipo de pessoa. Nesse sentido, caso sua equipe possua um membro PCD, é necessário que as ferramentas de trabalho e a estrutura interna do local ofereçam boas condições. Aliás, tal tipo de inclusão não representa um custo adicional ao cartório, mas sim uma conquista na busca pelo bem-estar e pela contribuição para uma sociedade melhor.

Conclusão

Os oficiais e colaboradores dos cartórios possuem em suas mãos o poder de mudar positivamente a sua comarca, levando acesso onde não há. Assim, continue acompanhando nossos posts para mais sugestões e informações sobre o segmento.