Cartórios no Metaverso: Esteja pronto para o futuro

Já ouviu falar do Metaverso? Pode parecer apenas uma invenção da ficção científica, mas essa tecnologia é cada vez mais real e já está impactando na vida de muitas pessoas. Veja como atuariam os Cartórios no Metaverso.

Mais do que um espaço virtual, o Metaverso é descrito por especialistas como o futuro das interações sociais. E não apenas como forma de diversão, mas também como um novo espaço de trabalho, com um grande potencial financeiro por trás. 

Assim, está na hora de descobrir como seu cartório pode participar dessa revolução!

Metaverso: O que é?

Fonte: REUTERS

O termo em si nasceu em um livro de ficção científica intitulado “Nevasca”, do escritor Neal Stephenson. Assim, “Metaverso” costuma descrever um espaço digital interativo e com múltiplos usuários, com experiências multissensoriais.

Ou seja: praticamente uma realidade inteiramente online, onde é possível ver e ouvir os ambientes de forma semelhante ao mundo físico.

Claro, o exemplo mais famoso de um Metaverso imaginário é o universo da franquia “Matrix”. 

Entretanto, apesar da tecnologia ainda não permitir tamanha imersão, já há espaços virtuais em que é possível caminhar, interagir com objetos, socializar e fazer diversos outros atos antes exclusivos do mundo físico.

E o mais importante: esses espaços já estão repletos de demandas jurídicas das mais diversas áreas, com grande enfoque no direito civil e principalmente nos segmentos que tocam o direito cartorário.

Mercado bilionário

Segundo a Grand View Research, uma consultora financeira americana, o Metaverso movimentou cerca de 38.85 bilhões de dólares apenas em 2021. Além disso, a previsão é de um crescimento de 39.4% entre 2022 e 2030. 

Aliás, estamos trazendo estudos bem conservadores economicamente, tendo em vista que alguns indicam um crescimento acima dos trilhões.

As relações dos Cartórios no Metaverso

E quais seriam essas relações? De maneira geral, a Lei Geral de Proteção de Dados e outras normas do direito digital se aplicam a qualquer serviço existente na internet. Entretanto, o Metaverso pode ir além.

Casamentos

Por exemplo, em março de 2022, um casal de brasileiros celebrou seu casamento em um espaço 100% virtual, com direito a simulação de catedral, presença de convidados e até mesmo um brinde único para os presentes, em formato de Token Não-Fungível (NFT).

Claro, o casamento digital não tem validade no ordenamento jurídico brasileiro. Todavia, vale pensar: quando essa situação irá mudar? 

Afinal, pensando em termos de custos e praticidade, a tecnologia permite que tal evento tome proporções muito maiores e seja acessível mesmo para a parcela com renda mais baixa da população.

Assim, é de se esperar uma maior adesão nos próximos anos, o que muito provavelmente irá levar a uma evolução legislativa. Há, inclusive, países com projetos nesse sentido.

Patrimônios

Além disso, citamos o termo NFT. De forma básica, NFTs são certificados digitais atrelados a algum bem virtual. Assim, eles garantem por meio de blockchain que aquele item é único e exclusivo, sem cópias ou outros proprietários.

A tecnologia ganhou bastante fama no meio artístico, com obras digitais sendo vendidas a milhões por conta do código de exclusividade. 

Entretanto, o uso que realmente importa para o contexto dos cartórios é como instrumento de segurança jurídica para patrimônios online. Como assim?

Diversos serviços do Metaverso permitem que seus usuários adquiram espaços exclusivamente seus, de forma bem semelhante ao mundo real. 

Terrenos, casas, ilhas ou mesmo planetas podem ser vendidos/comprados, alugados, doados e cedidos dentro das plataformas . Atos bem semelhantes ao que é visto e praticado nas relações jurídicas com bens físicos.

Assim, não estamos falando de transações de dezenas ou centenas de reais, mas sim de negócios com milhões envolvidos. Apenas para exemplificar, em dezembro de 2021, um lote de imóveis no mundo virtual Sandbox foi adquirido por 4,3 milhões de dólares

Como comparação, um apartamento em Manhattan, bairro nova-iorquino com um dos metros quadrados mais caros do mundo, custa em média 1 milhão de dólares.

Em qual estágio o Metaverso está?

Os exemplos que trouxemos acima ainda são exceções, tendo em vista que a tecnologia ainda não atingiu seu ápice. Todavia, mesmo em um estágio inicial, muitas empresas já estão totalmente empenhadas no segmento. 

O antigo Facebook é a melhor prova disso, já que a gigante da tecnologia até mesmo mudou o nome do seu conglomerado de marcas para Meta.

E a grande questão é que o Metaverso vai ter usos muito além do mero entretenimento. Um dos principais será como ambiente de trabalho virtual. 

Imagine só: em vez de um escritório em cada canto do mundo, multinacionais podem ter apenas um espaço em algum serviço com todos os seus colaboradores interagindo em tempo real.

Mesmo para serviços públicos, o Metaverso será um ponto de virada, principalmente para o poder judiciário e áreas relacionadas.

Mas é preciso deixar claro: há muita especulação e expectativa quando se fala do Metaverso. Ademais, grande parte dos verdadeiros impactos só vão poder ser vistos na próxima década, quando tecnologias como os óculos de realidade virtual ficarem mais acessíveis.

Mesmo assim, com tanto potencial, é preciso se manter atento para que o seu cartório esteja na vanguarda do avanço tecnológico.

Conclusão sobre Cartórios no Metaverso

Cada vez mais o mundo da tecnologia influencia nas atividades cartorárias. Dessa forma, com a concretização do Metaverso, com certeza essa relação irá se estreitar. Por isso, é preciso ao menos conhecer os conceitos mais básicos e não ser pego de surpresa futuramente.

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