Como cultivar empatia em tempos de crise: Lições da tragédia no Rio Grande do Sul

Empatia na Prática: Estratégias para Cultivá-la na Atualidade

A empatia é o sentimento de colocar-se no lugar do outro, entender seus sentimentos e até mesmo agir com compaixão para ajudar no que for preciso. Porém, a prática desse sentimento na atualidade é cada vez mais desafiadora. O sentimento de individualismo do ser humano se sobressai continuamente promovendo um distanciamento social, como é dito em um famoso ditado popular “cada um no seu quadrado”. Tal cenário se exacerbou ainda mais no pós-pandemia; as pessoas, depois desse período, demonstraram pouca paciência tanto para ouvir como para ser ouvidas, contribuindo para casos de violência e agressividade.

Contudo, o cenário nacional exige que repensemos nosso papel empático na sociedade. A tragédia do Rio Grande do Sul nos mostra como, num piscar de olhos, podemos perder tudo que conquistamos. É impossível não se comover diante das cenas dramáticas provocadas pela enchente, a maior tragédia climática de sua história. O sofrimento, a agonia e o desespero das pessoas que estavam vivendo suas vidas e, de repente, perderam tudo, nos tocam a cada resgate, a cada história relatada. Nesse sentido, seguem algumas dicas práticas para cultivar empatia em nosso dia a dia:

  • Praticar escuta ativa: em momentos de crise, as pessoas precisam ser ouvidas. É necessário que reservemos um tempo para ouvir atentamente as preocupações, medos e necessidades dos outros e principalmente demonstrar interesse genuíno em suas experiências. Dessa forma, fortalecemos os laços comunitários e promovemos uma cultura de apoio mútuo.
  • Demonstrar compaixão: reconhecer e validar as emoções das pessoas afetadas pela tragédia ou dificuldade. Expressar compaixão e solidariedade pode trazer conforto e esperança em tempos difíceis. Um simples gesto de gentileza pode fazer uma grande diferença na vida de alguém que está sofrendo.
  • Oferecer apoio prático: além de palavras de consolo, procurar maneiras tangíveis de ajudar aqueles que estão em necessidade. Isso pode incluir doações de alimentos, água, roupas e abrigo, bem como assistência na limpeza e reconstrução de áreas afetadas. É muito importante também direcionar os recursos para órgãos confiáveis e governamentais e se informar dos recursos mais necessários.
  • Evitar o julgamento: em momentos de crise, é fácil cair na armadilha do julgamento e da culpa. Em vez de apontar dedos ou atribuir culpados, concentrar-se em oferecer apoio e compaixão. Lembrar-se de que todos estamos sujeitos a passar por dificuldades e que a solidariedade é essencial para a recuperação.

Portanto, mesmo diante dos desafios crescentes do individualismo e da falta de paciência que marcam a sociedade contemporânea, a empatia permanece não apenas possível, mas crucial para a construção de um mundo mais solidário e compassivo. A tragédia do Rio Grande do Sul serve como um lembrete poderoso de como a empatia pode unir comunidades e oferecer conforto e suporte mútuo em tempos de crise. Ao praticá-la, podemos cultivar um ambiente onde as pessoas se sintam verdadeiramente vistas, ouvidas e apoiadas. Assim, apesar dos desafios, esse sentimento continua sendo uma força transformadora capaz de promover a união e o bem-estar em nossa sociedade.

Escrito por: Lourença Maria